Estudo americano revela, ainda, que em muitos casos não é preciso medicar a criança com antibiótico
Uma em cada cinco crianças com resfriado desenvolvem infecções de ouvido. Apesar de esse número ser de um estudo americano, o que se observa nos consultórios no Brasil sugere que a estatística seja parecida, segundo Fabrizio Romano, otorrinolaringologista infantil do Hospital Sabará (SP).
A pesquisa, publicada no jornal científico The Pediatric Infectious Disease Journal, foi feita com 294 crianças entre 6 meses e 3 anos. Os especialistas observaram que 22% delas desenvolveram otite média durante a primeira semana de infecção respiratória.
O diagnóstico da doença é feito com base nos sintomas da criança, como febre e dor de ouvido, e no aspecto do tímpano e ouvido médio. Ou seja, se há secreção mais fluida ou pus. É a partir desse quadro que o especialista vai avaliar o melhor tratamento. E esse é outro ponto destacado no estudo. Não são todos os casos de infecção de ouvido que sugerem o uso de antibióticos.
Das 28 crianças com otite, 24 melhoraram sem antibióticos, quatro pioraram e três precisaram tomar a medicação. Em casos mais leves, é possível usar remédios apenas para amenizar os sintomas e antiinflamatórios. Mas o cuidado deve ser ainda maior. “Os pais de crianças que não tomam antibiótico precisam ficar atentos na evolução da doença, porque a chance de a infecção se agravar é maior. Febre persistente e vermelhidão no osso atrás da orelha sugerem complicação, e a criança deve passar por nova consulta”, diz Fabrizio. Vale lembrar que quem vai avaliar a necessidade ou não de usar qualquer medicamento é o pediatra.
O especialista afirma, ainda, que esse tipo de otite é mais comum em crianças pequenas, até 2 anos. Isso porque o canal que liga o ouvido ao fundo do nariz é mais curto e horizontal, facilitando a entrada de bactérias. O que ajuda a diminuir a incidência da infecção é fazer a higiene do nariz (porta de entrada de vírus e bactérias) com soro fisiológico. “Em geral, a criança nessa faixa etária pode ter uma ou duas infecções no ouvido por ano – mais do que isso é preciso investigar. Mas não é preciso se preocupar. Faz parte do desenvolvimento”, afirma Fabrizio.
Fonte: Crescer
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