O envelhecimento do ouvido humano pode se associar à perda auditiva e à dificuldade de comunicação. No entanto, o conhecimento sobre os cuidados com a audição, em qualquer fase do ciclo vital do homem, pode auxiliar a preservação da sua audição e integração do indivíduo ao mundo sonoro, facilitando a sua comunicação.
Assim, a pesquisa objetiva investigar o nível de conhecimento de idosos a partir de 60 anos acerca de cuidados básicos com a audição. Realizamos um estudo transversal, descritivo e quantitativo. Foi aplicado, em uma primeira fase, um formulário com 10 perguntas sobre cuidados auditivos com 30 idosos integrantes de um grupo de terceira idade em um Centro de Saúde da Família da capital cearense no período de maio a agosto de 2011; após a coleta desses dados, foi realizada, como segunda fase, uma oficina de saúde auditiva para os mesmos 30 participantes da primeira fase e, em seguida a esta oficina, foi aplicado o formulário da primeira fase investigativa.
Os fatores de inclusão foram participantes de ambos os sexos cadastrados como integrantes assíduos do grupo de terceira idade da instituição; com faixa etária a partir de 60 anos; alfabetizados ou não; com perda auditiva ou não; usuários de Aparelho de Amplificação Sonora Individual - AASI ou não; com qualquer queixa auditiva ou não. Os fatores de exclusão foram pacientes com idade inferior a 60 anos e superior a 100 anos; visitantes do grupo de terceira idade ou participantes já assíduos, mas ainda não cadastrados como integrantes do grupo de terceira idade, nesta instituição. Para a primeira e a segunda fase da pesquisa, a maior parte dos participantes foi do sexo feminino; a maior faixa etária está entre 70 a 90 anos; na primeira fase da pesquisa, a maioria dos participantes apresentou desconhecimento sobre cuidados básicos com a audição para sua preservação.
Na segunda fase da pesquisa, após a realização da oficina de saúde auditiva, os participantes apresentaram respostas consistentes sobre os cuidados com audição e a identificação de práticas negativas para a sua preservação. Inicialmente, observou-se que existe um conhecimento vago entre os participantes (idosos) sobre cuidados básicos com a audição para sua preservação e melhor comunicação, alertando-nos para uma preocupação maior, que é a necessidade do conhecimento desse assunto por todas as fases do ciclo de vida dos usuários dos serviços de saúde desta instituição.
Após aplicação da oficina, houve uma nova visão sobre a importância dos cuidados com a audição entre os idosos e o papel que ela desempenha no processo da comunicação humana. A proposta veio nos assegurar que a informação, a partir da parceria entre fonoaudiólogo, instituição de saúde e usuários dos serviços de saúde, é a base para o conhecimento de novos hábitos e a modificação de comportamentos viáveis para a promoção da saúde auditiva e melhor comunicação familiar e social na comunidade.
Aluno: Johnnatham Fillipe
Professora Orientadora: Mônica de Almeida Assis Dumont
Muito bom, adorei o tema do trabalho, não consigo entender como não existe um profissional fonoaudiologo dentro do PSF. Se a proposta do SUS é a promoção da saude, então isso já justificaria a adesão deste profissional como forma de melhorar a qualidade de vida de nossos idosos, pois o ideal não é apenas viver mais e sim viver melhor, mais informado e capaz de cuidar de si mesmo. Fonoaudiologia só acrescenta positivamente em todos as suas competências.
ResponderExcluirAdorei o tema da pesquisa. Realmente, hoje percebemos a quantidade de idosos com queixa na audição, mas, infelizmente, não há fonoaudiólogo contratado para o PSF que supra a necessidade dessas pessoas, a não ser para o NASF. O que a gente sabe, é que não adianta muito, pois é somente um profissional para uma demanda enorme. Pena que os nossos governantes ainda não perceberam essa realidade, muito embora isto esteja tão explícito. Por isso, é importante que a Fonoaudiologia continue divulgando a importância do seu papel na atuação da saúde pública que ainda anda tão defasada.
ResponderExcluirEsse tema é muito interessante, devido o número de idosos com perda auditiva e também a falta de informações para essa população! Muitos nem sabem que essa perda, na maioria das vezes, é devido ao processo natural de envelhecimento! Concordo com as colegas acima, que citaram a falta de fonoaudiólogos dentro de programas como o PSF, onde acaba gerando pouco conhecimento e falta de informações para toda a comunidade!
ResponderExcluirPorém, pude observar que após a oficina, o conhecimento e interesse dos idosos aumentaram, proporcionando assim uma maior atenção em cuidar da saúde auditiva deles! Mas também sabemos que a Fonoaudiologia está cada vez mais buscando seu espaço e mostrando sua atuação, como nessa pesquisa realizada sobre o conhecimento dos idosos com relação a saúde auditiva!!
ResponderExcluirFelizmente ou infelizmente um dia todos nos envelhecemos. E que bom quando envelhecemos saudáveis, capacitados e informados. Uma pessoa bem informada consequentemente é um informador. O idoso ainda não é tratado como ele merece em nosso país. Mas a fonoaudiologia como uma profissão de compromisso com a saúde, e que gosta de desafios, idealiza de várias formas a sua atuação e promoção de saude em todos os estágios da vida.
ResponderExcluirE de grande importância a promoção auditiva por que e nela que ocorre a prevenção, de sempre estarmos atentos aos sintomas com relação audição, por que e uma das principais vias onde o ser humana interage com a sociedade,desempenho fundamental na aquisição e no desenvolvimento da fala e da linguagem.
ResponderExcluirO Assunto é muito interessante, mas pouco conhecido e discutido, inclusive pelos próprios idosos. As pessoas não sabem que o ouvido envelhece tanto quanto o resto do corpo. Concordo com a Mara sobre a importância do fonoaudiólogo dentro do PSF na promoção da saúde de toda a família. Precisamos informar aos idosos e seus familiares que a presbiacusia é algo normal(fisiológico) e que de forma lenta diminui a audição, assim como também torna o indivíduo sensível a sons intensos e que, tomando certos cuidados, a qualidade de vida permanecerá, não precisando se isolar do convívio social, o que infelizmente isso não acontece, chegando até a depressão. A protetização é um ótimo meio para a ressocialização do mesmo, sendo o tipo mais comum o bilateral, melhorando o bem estar, conforto e segurança, mas é preciso respeitar a decisão do paciente ao querer usá-lo ou não. Outro fator importante é o de tratar paralelamente as alterações metabólicas como o diabetes, alterações hormonais e hipertensão arterial, pois essas doenças aceleram o declínio da função auditiva.
ResponderExcluirImportante lembrar também que a Fonoaudiologia como promotora da comunicação, pode intervir nos três níveis de atenção a saúde. Primária, como informação, secundária, pois juntamente com o otorrinolaringologista faz a avaliação audiológica e o diagnóstico auditivo e a terciária, no caso da reabilitação auditiva por meio dos AASI e re-inserção do idoso da sociedade, que é uma necessidade vital do ser humano, pois mantém a pessoa ativa no seu meio social e familiar, já que a diminuição dessa capacidade, pode levar a frustração diante da falta de compreensão, seguida de isolamento e depressão. Além da protetização, o fonoaudiólogo realiza a orientação, participação da família/parceiros, treinamento auditivo com e sem ruído, leitura orofacial, estratégias de facilitação (posicionamento, protetização bilateral).
ResponderExcluirA Presbiacusia como fator fisiológico apresenta as seguintes mudanças no ouvido: aumento do pavilhão auricular devido a diminuição de elasticidade da pele, eslasticidade e da tonicidade muscular, calcificação dos ligamentos e dos ossículos, diminuição das características de transmissão e degeneração da orelha interna.
O Fonoaudiólogo precisa estar preparado para juntamente com o família, ajustar mecanismos e estratégias para superar habilidades em declínio, a fim de manter o equilíbrio da vida social do idoso.
Não só a promoção da saúde auditiva para o idoso é importante, temos que ter em mente também que promover a saúde auditiva em crianças da educação infantil e ensino fundamental, através de ações de estímulo à leitura, além de contribuir para o desenvolvimento de ações conjuntas com educadores, com o objetivo de estimular as diferentes competências da criança e por conseguinte, o bom desempenho escolar.
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ResponderExcluirA proposta do SUS é a promoção da saude, e poque não ter um fonoaudiólogo inserido nos postos de saúde?
ResponderExcluirHá muito trabalho para ser desenvolvido na área, tais como:
- desenvolver estratégias de promoção da qualidade de vida, educação, proteção e recuperação da saúde auditiva e prevenção de danos, protegendo e desenvolvendo a autonomia e a eqüidade de indivíduos e coletividades;
- organizar uma linha de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e reabilitação) que perpasse todos os níveis de atenção promovendo, dessa forma, a inversão do modelo de atenção aos pacientes, com assistência multiprofissional e interdisciplinar;
- identificar os determinantes e condicionantes das principais patologias e situações de risco que levam à deficiência auditiva e desenvolver ações transetoriais de responsabilidade pública, sem excluir as responsabilidades de toda a sociedade;
- definir critérios técnicos mínimos para o funcionamento e a avaliação dos serviços que realizam reabilitação auditiva, bem como os mecanismos de sua monitoração com vistas a potencializar os resultados da protetização;
- Promover a ampla cobertura no atendimento aos pacientes portadores de deficiência auditiva no Brasil, garantindo a universalidade do acesso, a eqüidade, a integralidade e o controle social da saúde auditiva;
- fomentar, coordenar e executar projetos estratégicos que visem ao estudo do custo-efetividade, eficácia e qualidade, bem como a incorporação tecnológica do processo da reabilitação auditiva no Brasil;
- contribuir para o desenvolvimento de processos e métodos de coleta, análise e organização dos resultados das ações decorrentes da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, permitindo que a partir de seu desempenho seja possível um aprimoramento da gestão, da disseminação das informações e uma visão dinâmica do estado de saúde das pessoas portadoras de deficiência auditiva;
- promover intercâmbio com outros subsistemas de informações setoriais, implementando e aperfeiçoando permanentemente a produção de dados e garantindo a democratização das informações;e
- qualificar a assistência e promover a educação continuada dos profissionais de saúde envolvidos com a implantação e a implementação da Política de Atenção à Saúde Auditiva, em acordo com os princípios da integralidade e da humanização.